A histórica luta por permanência estudantil remonta ao início da formação das próprias universidades. Mas as moradias só consolidam-se através da ação direta de estudantes. Após a reabertura do país, com o fim da ditadura militar, o direito ao acesso e permanência foi ascendido à constituição. Mas os resquícios nas estruturas de poder autoritárias das universidades continuam tentando nos privar até desse direito. Não à toa. As moradias estudantis, grandes exemplos de interação, vivência e experiência, verdadeiras universidades livres dentro das universidades aprisionadas, sempre foram e serão focos de resistência e luta.
Numa tentativa de conter a efervescência cultural e política das moradias, implementando um estado de letargia e aprisionamento, as reitorias, através de interventores, aplicam práticas coercitivas, como expulsões arbitrárias de estudantes, descaracterizações espaciais, eliminação dos espaços de vivência e inutilização dos espaços de moradia para uso do pesado aparato burocrático. Além de diminuir o número
já insuficiente de vagas, têm o intuito de minar a organização coletiva. Organização que é o cerne da mais rica formação universitária, e só ocorre dentro das moradias.
Na USP, no campus Butantã, o ditatorial Programa de Ação Comunitária e Segurança que rege a perseguição política dos moradores do CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo), um coordenador interventor imposto por um reitor interventor e processos administrativos disciplinares tentam minar nossa ação coletiva que há quase um ano organiza um novo espaço autônomo no CRUSP, a Moradia Retomada, antes usurpado por parte da COSEAS (Coordenadoria de Assistência Social), órgão responsável por essas práticas policialescas e nefastas. No campus de São Carlos, com o intuito de manter a autonomia estudantil de mais de quarenta anos no Aloja São Carlos, repelindo a sanha invasora da COSEAS, no ano passado os estudantes ocuparam a Coordenadoria do Campus e foram vitoriosos, impondo um recuo aos burocratas.
Agora, na UNICAMP, mais uma vez os estudantes se mobilizam em defesa da moradia estudantil. Nós da Moradia Retomada declaramos todo apoio aos estudantes da Moras!
Exigimos:
Ampliação imediata das vagas nas moradias estudantis!
Abertura e livre acesso de todos os espaços coletivos de vivência!
Autonomia estudantil nas moradias!
Não à polícia dentro dos campi e das moradias!
Abaixo o autoritarismo, fora interventores! Fora Viotto!
São Paulo, 4 de março de 2011
Moradia Retomada
sábado, 5 de março de 2011
MOÇÃO DE APOIO À OCUPAÇÃO MORADIA UNICAMP
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